Quem é: Fabia Sacco
Por que e importante: preside o Observatório Social de Maringá (OSM), ONG que fiscaliza as contas públicas e cujo trabalho evitou o desvio, efetivo, de R$ 53 milhões

Maringá, uma das mais prósperas cidades do Paraná, não difere em muitos aspectos dos demais 5.563 municípios brasileiros. Nas virtudes e nos defeitos. Por lá, os integrantes dos poderes Executivo e Legislativo volta em meia aprontam das suas. A diferença é que o risco de eles serem pegos com a “boca na butija” é de quase 100%. Graças à vigilância incessante de um grupo composto por cerca de 100 maringaenses, de nascimento ou por adoção, que integram o Observatório Social de Maringá (OSM). Mais que apenas uma ONG que acompanha e fiscaliza a qualidade dos gastos públicos, o observatório age diretamente na solução do problema. “Em vez de partirmos para a denúncia na imprensa, primeiro procuramos o responsável pela questão e damos a ele a chance de se explicar e corrigir a situação”, explica a advogada Fabia dos Santos Sacco, presidente da OSM. “A denúncia pela denúncia nem sempre gera resultados concretos para a sociedade.”

A entidade nasceu em 2003, no rastro de um mega escândalo que envolveu o desvio de US$ 57 milhões e culminou na prisão do então prefeito e na morte, anos depois, de um dos secretários municipais envolvidos no caso. A indignação acabou sendo o motor para um movimento de melhoria da autoestima dos moradores e resgate dos valores da cidade. Porém, este trabalho, feito inicialmente a partir da ONG Sociedade Eticamente Responsável (SER), se mostrou de alcance limitado. “Chegamos à conclusão que teríamos de investigar com rigor as contas públicas, em especial as licitações, pois era dali que poderiam sair os desvios”, lembra Fabia.

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